domingo, 27 de dezembro de 2009










24/01/2009 – Sábado - Angra dos Reis/RJ até Curitiba/PR

Saída às 09:00 hs e chegada às 23:30 hs, percorridos 838 km, acumulados 3.406,2 km. Parei em Parati/RJ, fotografei e conversei com o barqueiro Jorge, caiçara da terra, família de pescadores que também faz transportes de turistas na estação alta. Soube de uma comunidade quilombola que mantém as tradições seculares da localidade. Pena que não pude estender o passeio para fazer este contato. Fica para outra vez. Passei cerca de uma hora e meia e retornei à estrada. Antes tirei uma penca de fotos, tomei um chope pois fazia um calor abafado pela umidade. Já eram 11:30 (de Recife). Segui então para São Sebastião/SP, onde cada praia leva o nome do rio que por ali passa. Pequenos mas bonitos. A região possui mata atlântica bem preservada e a estrada estava bastante movimentada por ser litoral em período de férias de verão e todas as localidades são balneários muito concorridos, bem organizados e o tráfego entre eles ficou lento. De São Sebastião à Bertioga foi um capítulo à parte, belo e perigoso, com curvas fechadíssimas, subidas e descidas íngremes e sinuosas. Só que o perigo por estas paragens são alguns motoristas paulistas. Verdadeiros animais, maldosos e criminosos. Já tinha sido alertado em São Sebastião sobre este comportamento irresponsável. Não respeitam limites de velocidade, riscos e nem motocicletas. Orgulho besta! Mudemos de assunto. Ilhabella é linda, porém do melhor ponto da estrada, lá no alto, não é possível contemplá-la. A pista não tem acostamento, sinuosa e íngreme, sem pontos de parada, curvas muito fechadas, lombadas com curva, uma em cima da outra e com os motoristas maldosos. Assim é muito perigoso. É também muito cansativa para os braços. Em Parati romperam os retentores das bengalas, por culpa das pedras das ruas, o que deixou a moto instável nas freadas e abanando a dianteira. Abasteci em Bertioga/SP com 12,67 lts, rodados 376,8 km, média de 29,74 km/l, acumulado de 2.950,60 km rodados. Entrei em Cubatão/SP sob uma bela chuvarada paulistana. Segui para a via costeira sul (Rodovia Antônio da Nóbrega) onde a chuva acabou e a tarde não. Interessante que por essas bandas o sol se põe depois das 19:00 hs durante o verão. Então, enquanto havia sol e claridade, me mantive na estrada, que foi assim até pegar a Régis Bitencourt, com uma parada em Registro/SP. Já estava escurecendo (às 20:00 hs) e telefonei para casa. Depois verifiquei que faltavam apenas duzentos e poucos(?) quilômetros para Curitiba/PR. Pista dupla, pouco tráfego, e lá fui eu. Com apenas 20 minutos na estrada choveu, viu? Em Campina Grande do Sul/PR lanchei um almoço (ou almocei um lanche, pois eu estava na reserva – ainda não almoçara), e já eram 22:15 hs, e abasteci com 13,5 lts para 387 km rodados, com a média de 28,67 km/l, com o total de 3.245,7 km rodados, odômetro total em 49.991 km, depois de quase três horas de chuva e frio, pois era região de serra e um longo trecho de área de preservação ambiental. A pista era muito boa, com dupla faixa e a terceira nas subidas, além de acostamento e boa sinalização. A sensação de solidão foi massa, com você(eu) perdido naquele mundo de pista, frio e chuva, altitude média de 800 metros, e à noite. O volume de água foi tanto que em determinado momento abri a viseira do capacete para enxergar melhor. Nas curvas, durante a subida, tinha uma faixa a mais, e os gelos refletores da estrada nas curvas dava uma sensação de que as faixas se misturavam e que você (eu no caso) não se manteria na faixa. Grrrrrr e brrrrrrr. Cheguei à 23:30 hs, e rodei ainda mais 68,4 km no dia seguinte, acumulando 3.406,20 km e odômetro total em 50.060 km. Hora da revisão. As fotos são de Parati.









23/01/2009 – Sexta-feira - Angra dos Reis/RJ.

Angra foi realmente um caso à parte, graças ao Carlinhos e companhia. Saí às 09:00 hs da madrugada (?) e encontrei Dona Tânia saindo para comprar o peixe fresco e ingredientes necessários à degustação acertada. Fui então ao centro de Angra e fiz como sempre um passeio a pé por toda a manhã, indo visitar o mercado público (pequenino) e as ruas mais antigas da cidade, além de visitar o convento carmelita, parte em ruínas. Nem me lembro se almocei, mas às 18:00 hs já estava lá, com aquela disposição de mergulhar fundo na peixada. Para a abertura dos trabalhos degustativos foi utilizada a cachaça Coqueirinho, devidamente acompanhada com o caldo quente do peixe (à moda pernambucana) que foi oferecida aos presentes e aos que ali chegavam. Lá pelas 19:30 hs com o apetite devidamente escancarado, encaramos aquela mesa posta com requinte de crueldade; digo: requinte de apresentação, o que tornou o alimento mais apetitoso. Não sobrou nem para contar a estória! Estava demais! Valeu Dona Tânia! Bem, além do Carlinhos acompanhado de sua distinta esposa (os outros amigos não puderam vir por motivos diversos), estavam casualmente os seguintes conforme veremos nas fotos (no Orkut). São o Gerson e sua esposa Patrícia, a Aline e o Bruno (da CAIXA) dos JAQUETAS NEGRAS de Juiz de Fora/MG (motoclube), mais um irmão motociclista, o Felipe creio (que não anotei o nome), dos CEIFADORES DO ASFALTO/RJ (gente boa), mais alguns casuais, inclusive um digno representante da Paraíba (de Coité). E assim foi. Fim de noite, lá pelas 23:00 hs, chuva fina e constante, me retirei aos aposentos. Arrumar as coisas e dormir era a lei, que foi cumprida à risca. Pela manhã um café quente e pé na estrada. Próxima parada: Parati.
As fotos: A primeira é a da peixada. Linda não? Passe lá em Dona Tânia... Na segunda estou junto do Carlinhos, em seguida sua esposa, no meio Dona Tânia, seguidos do Felipe e da Aline e no canto, o Bruno. Na terceira inclui-se o Gerson ao meu lado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009









22/01/2009 – Quinta-feira - Rio Novo do Sul/ES até Angra dos Reis/RJ

Saída às 07:30h, chegada às 15:20h, rodados 566,6 km, acumulado total de 2.568,20 km. Antes da saída fui tirar fotos entre 05:30 e 06:30 daquela manhã nublada. A cidade tem um casario de arquitetura peculiar, devido à colonização de um povo do norte da Europa que não recordo. A rotina de desarrumar e arrumar os malotes já estava funcionando adequadamente (eu achava). A saída se deu no horário previsto, com tempo nublado e muito úmido que permaneceu até chegar em Campos dos Goitacazes/RJ. Daí pra diante foi água que Deus dá! Veja a anotação anterior ANDANDO NA CHUVA. Começou uma chuva fina constante por uns 30 minutos, e antes de Macaé começou a propriamente dita, forte, que só deu uma pequena trégua em Tanguá/RJ, onde abasteci. Em seguida continuei e a chuva também, fria e companheira. Nova trégua na travessia da ponte Rio-Niterói, que a 80 km/h (limite no local), durou 8 minutos. Na descida peguei à direita retornando por baixo da ponte e peguei a Avenida Brasil, que sai do Rio para as praias do sul, e só parei em Angra. Logo que se sobe a serra, na saída do primeiro túnel é um desbunde, digo, deslumbre! Que natureza exuberante! Acho que é por isso que no Rio se diz que Deus é brasileiro. Fiquei emocionado até a chegada. Havia percorrido 353,5 km até abastecer, com média de 25,24 km/l. Este foi o dia mais tranquilo de viagem, pois não houve atraso nem calor sufocante. Mas a chuva foi mara!!! Apesar disso não foi estressante pois adoro dirigir na chuva, e a estrada estava boa e não tão sinuosa (até este ponto). Foram 5 horas de chuva onde lavei até a alma. Viram as fotos das mãos? Foi quando cheguei em Angra. Fiquei assustado quando tirei as luvas. Parecia que eu tinha uns 200 anos, todo engilhado, encolhido, murcho e roxo de frio. As condições da estrada eram boas. O tempo foi chuvoso, com tanta água como nunca vi assim. Soube pela tv que o sudeste estava debaixo d’água, principalmente nas Minas Gerais. A chuva foi contínua e forte na maior parte do tempo, e às vezes torrencial, com baixa visibilidade. Comento agora sobre os motoristas nesta região. São completamente doidos! Dirigem na chuva em alta velocidade sem acender os faróis. Um perigo! Por várias vezes pensei que fosse ocorrer uma colisão durante as tentativas de ultrapassagens que aconteciam à minha frente. Não havia visibilidade e os faróis desligados criaram situações de quase colisão frontal. O engraçado é que os veículos na situação de perigo davam o corta luz, mas não ligavam os faróis. Não é de lascar?! Em Angra, bem na entrada da cidade arranjei uma pousada bem arrumadinha, no alto da serra, logo de início. Arrumei a bagulhada molhada para secar, e saí a pé (eram umas 16:30 hs) e fui até depois da Escola Naval, atrás de fazer o primeiro contato com o lugar e seu litoral, além de procurar algo para comer, de preferência da culinária local. Eu estava atrás da culinária caiçara, que infelizmente foi esquecida devido à urbanização e sofisticação do lugar, porém soube que em Parati ainda se mantinha. Foi aí que, enquanto conversava com a dona de um bar e restaurante sobre as comidas típicas que queria encontrar, um grupo de amigos me chamou a atenção e se interessou pela minha busca. Foi assim que conheci o Moacir, o ausente Adolfo (falaram muito dele), o Almerindo e o grande anfitrião Carlos. Me deram uma primeira orientação, mas não achei a dita comida, e foi com o que tinha, com uma bela “lapada” de uísque (não tinha aguardente), cerveja e peixe para turista (filé de peixe de supermercado insosso, com arroz e fritas). Voltei pelo mesmo caminho a pé. Quando estava chegando na última curva da Escola Naval, eis que os amigos estavam de carro retornando também e me ofereceram uma carona, perguntando se achei a dita iguaria. Diante da negativa resolveram me conduzir ao bar de Dona Tânia mediante um argumento irresistível de uma outra “lapada” generosamente cedida. E lá fomos. Fica por trás da unidade de bombeiros, indo pela avenida de entrada da cidade. Pode perguntar por ali que todo mundo conhece. Fica na garagem da casa dela. E os colegas me garantiram que Dona Tânia sabia das coisas. Fomos lá e conheci então Dona Tânia, filha de pernambucano que gostava de cozinhar. Bem falante, Dona Tânia informou que faria uma autentica peixada de cavalinha com banana cozida e pirão, à moda caiçara, tradição do lugar, ainda para poucos. Marcamos para a noite seguinte, às 18:00h. e reunimos os recém conhecidos. Bem, as fotos no orkut não deixam dúvidas quanto ao prato e aos participantes. Bem, já eram 21:00 hs (creio) e o cansaço chegou. Boa noite e até amanhã! E fui dormir.
Nas fotos o Convento Carmelita, A Escola Naval no pé da serra e detalhe das ilhotas de Angra.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009






19/01/2009 – Segunda-feira - Início da Aventura - Arcoverde/PE até Estância/SE

Saída às 10:30h, chegada às 17:30h, rodados 561 km (quando deveriam ser apenas 447 km, devido a um erro de rota). Detalhe: toda referência de hora tem por base o horário de Recife/PE, fora do horário de verão. E assim será por todo o roteiro, senão o pernambucano (carioca radicado em PE, filho de autêntico PAA(*)) vai ficar maluco com as mudanças de hora em cada lugar. Em Palmeira dos Índios/AL, parei para ver meu amigo João Batista (João da Bomba). Tiramos fotos, juntamente com seu filho Luiz. Na saída de Arapiraca tomei a via errada (o correto seria à direita) e fui em frente, pois as placas não foram colocadas em local visível de quem saía da cidade. Resultado, fui em direção à BR 101, só que próximo à Maceió e não à Propriá/SE. Resultado: me custou 114 km. Nesta rota vi dois distritos com nomes interessantes, um seguido ao outro: PÉ LEVE e PAPA FARINHA. Será que foi concurso? Nesta viagem utilizei um par de espaldeiras para correção da postura dos ombros e uma cinta de motoqueiro (de trilha), que funcionaram muito bem já na estréia. Cheguei inteiro, sem dores na cervical ou na lombar. A cidade de Estância tem mais de 150 anos e possui belo casario, bem conservada e limpa. Foi uma grata surpresa. O município também conta com belas praias e um estuário de rio com um grande mangue. Ao lado da pousada, na BR, tinha um barzinho com a seguinte placa de cardápio “temos pirão de guaiamum”. Bem, era uma segunda-feira e o dito estava fechado. Jurei na volta passar por lá e traçar o pernudo azul e sem pelos. No centro contei pelo menos umas 7 bancas de acarajé (eita tentação, adoro!) mas estava de recesso, só na água, e tomei 2 cocos verdes. As condições da estrada eram boas. Sem queixas. O tempo estava bom, e enquanto estava na serra, passando de Garanhuns até Bom Conselho/PE a temperatura era amena. Agora, na descida da serra entrando no sertão alagoano foi aquele bafo quente no fim da descida. Não foi possível anotar a temperatura, mas em Estância estava entre os 30°C quando cheguei no fim da tarde e 28°C pela manhã. O consumo da moto foi elevado por causa do atraso da saída e o erro do roteiro, pois tive que apertar o punho, com a média de 22,95 km/l. Detalhe do equipamento: moto YAMAHA YS 250 FAZER 2005/2006, adquirida em 08/02/2006, e desmontada para pintura de todas as partes prata em preto original, retirados todos adesivos de identificação, ficando uma pantera absolutamente negra, que a fábrica colocaria no mercado posteriormente como série especial, com detalhes em preto fosco (pra não ficar igual a minha, eh eh eh...!). Quilometragem na saída marcada pelo odômetro era de 46.654 km bem rodados.
(*)PAA= Pau-de-arara alagoano.

20/01/2009 – Terça-feira - Estância/SE até Eunápolis/BA

Saída às 08:00h, chegada às 18:00h, rodados 791 km, acumulados 1.352 km. Fiz a checagem de corrente, pneus, óleo e lâmpadas, e tive que trocar o stop. Durante a noite havia sentido dores nas pernas. Providenciei uns alongamentos antes de sair. Pelo segundo dia consecutivo só tomei água (para desintoxicação) e não comi nada. É incrível, mas a estrada não dá fome. Cuidado com a anorexia...!! Parada só para abastecer, e água. A BR 101 é muito sinuosa, principalmente na Bahia, e, do sul de Sergipe até o norte da Bahia só se vê plantação de laranjas. Depois se torna mais sinuosa, com mata atlântica, rios e riachos, lembrando a mata norte de Alagoas. Ao contrário que possa parecer é uma delícia de dirigir, porém tem que se ter cuidado redobrado e dominar o cansaço, pois as curvas exigem muito do piloto. Torna-se perigoso, no entanto, pelas partes sem acostamento, pois o que tem não é digno do nome, ou simplesmente foi tomado pela mata. De repente você sai de uma curva e dá de cara com o fim de um lento comboio de carretas. O tráfego lá é assim, livre por um período e depois um lote de veículos liderado por algumas carretas lentas, que a sinuosidade da pista dificulta nas ultrapassagens. Em Governador Mangabeira passei em frente a uma grande represa: a da Pedra do Cavalo. Pista muito perigosa e com muita ventania, porém a vista é imponente. O desnível da pista é acentuado e o retorno também, passando em frente ao paredão. É impressionante! Não parei para fotografar. Junte a isso os veículos em alta velocidade... Uma doideira! Meu planejamento tinha sido para andar em torno dos 100 km/h, saída às 07:00h e chegada pelas 16:00h, normalmente, rodando em torno de 600 km por dia útil, em média, com um total de 3.000 km por semana. Pois bem, tinha acumulado 3 horas de atraso no primeiro dia, mais uma hora hoje e mais 100 km por erro de roteiro calculado no mapa e mais 114 km do primeiro dia. Ufa! Tinha que tirar neste, pelo menos boa parte dele. Foi o que aconteceu. Dirigi por mais de 9 horas, com apenas 3 paradas de abastecimento, sendo uma com um descanso de 15 minutos. Cheguei morto na cidade de Eunápolis/BA. Fiquei no hotel Santa Fé, no centro, quarto simples e sem banheiro (ao lado, no corredor) com TV e ventilador. Que ótimo!! No 3° andar com escadas...! E lá fui eu com os malotes e aquela roupa pesada e botas. Pense na coragem...! E daí, tomei um banho e fui dar uma volta a pé, sacar $ e ver o centro. Faço isso em todo lugar novo e em qualquer circunstância, no que depender de mim. Gosto de andar e conhecer os lugares. Achei a cidade arrumadinha, com um bom comércio, choperia, acarajé, churrasquinho...! Ô tentação! Mas me segurei, pois seriam pela minha programação 2 dias só na água. E assim foi. Perdi 4 kg desde a saída de Arcoverde. As estradas no geral estavam boas e alguns trechos, apenas regular. Na região de mata não há acostamento nem placas (inculta e bela). Tráfego pesado de vez em quando e uns 5 loucos fazendo de tudo para morrer e levar outros juntos. Pode?! Quase que paro quando vi o pessoal vendendo cordas de pitu na estrada (um camarão gigante dos riachos da mata atlântica). E haja tentação! A média de consumo foi em torno dos 23 km/l neste roteiro.


21/01/2009 – Quarta-feira - Eunápolis/BA até Rio Novo do Sul/ES

Saída às 07:10 h, chegada às 16:15 h, rodados 649 km, acumulados 2.001,50 km. A média de rodagem nestes 3 dias ficou em 667 km, média de consumo deste roteiro foi de 24,20 km/l no primeiro abastecimento em São Mateus/ES(?), e de 26,77 km/l até a chegada. Até chegar em Vitória a estrada estava plana e reta, onde cheguei às 14:30. Em seguida a estrada volta ao circuito sinuoso de serras. Muito bonito e ficou perigoso com a chuva e o tráfego pesado que peguei no final da tarde. Passando por Rio Novo, parei para apreciar a singularidade da pequena cidade. Parecia de brinquedo. Fiquei numa pousada ao lado do posto, na BR. Dali, desci para o centro mas não pude tirar fotos, pois chovia muito e o sol já se punha. No dia seguinte, às 5:30 h, saí para tirar fotos, antes de tomar o café da manhã. Notei que a plantação de florestas industriais (eucaliptos) vinha do sul de Sergipe até aqui. Muito da mata nativa foi substituída. O transito de caminhões de toras é muito grande, e tem que se ter cuidado, principalmente na hora das ultrapassagens, pois estes são muito longos. Quem manda no pedaço são a Aracruz e a Suzano. São cerca de 1000 km de florestas de um pau só, e a mata atlântica e sua diversidade de flora e fauna já eram! A estrada iniciou regular na Bahia e melhorou no ES. Até uns 100 km depois de Vitória estava bem quente, particularmente em Vitória, bastante quente e úmida, abafada. Depois de uma chuva pesada, ficou mais ameno. Porém à noite, mesmo com chuva, fez 28,6°C . Rio Novo fica a mais ou menos 30 km da entrada de Cachoeiro do Itapemirim/ES. No caminho da serra (saindo de Vitória) vi diversos anúncios de atrações turísticas como o Museu do Trem, o Museu de Biologia, cachoeiras e fazendas de agro-turismo. Infelizmente não pude parar para ver. E pé (mão) na estrada.


Obs: A primeira foto é da saída de Arcoverde/PE com a equipe da revenda Yamaha, e a segunda é do portal de entrada de Rio Novo. Basta clicar nas fotos para a ampliação.

Ufa! Oia Eu de novo...Voltei


Após tanto tempo... parece até uma conspiração, mas pensem como é dificil um tempinho para escrever. São um móio de compromissos aqui na terrinha. Trabalho, naturalmente, Ordem Rosacruz, Ordem Martinista, campanha para eleição do sindicato dos bancários de PE pela corrente UCS da qual sou um dos componentes, campanha salarial, etcs e etcs...

Bem, daqui para diante tentarei ser mais operativo, pois pretendo colocar realmente um diário do que foram estes 32 dias de viagem, inesquecíveis. Foi preciso adquirir tardiamente um netbook do tamanho de um livro, sem HD, só memória SD, para aguentar a trepidação da moto. Ah! se eu tivesse com ele antes...

Voltei de alma lavada (mesmo que não quisesse). Além disso colocarei uma contribuição aos viajantes de moto que queiram também se aventurar por aí, através do orçamento e do planejamento da viagem. Depois passarei uns endereços interessantes de outros viajantes amigos meus. A seguir, o diário desde a partida de Arcoverde/PE até Porto Alegre/RS.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Andando na Chuva




É demais!


Ao sair em viagem no mês de janeiro, que é verão no hemisfério sul (pelo menos deveria ser) só tive o vislumbre de verão até chegar em Campos/RJ. Daí para baixo (até Porto Alegre/RS) foi só chuva. Uma pequena trégua no dia em que fiquei em Angra (pela manhã) e em Parati no dia seguinte, até chegar em Cubatão, onde fui devidamente recebido com uma chuva de canivetes (parecia que ia perfurar a jaqueta). Depois uma pequena manerada na autopista Manoel da Nóbrega (litoral sul de SP), parei em Registro para abastecer. Já ia escurecendo, quando a partir dali até Curitiba/PR a dita me perseguiu implacavelmente. Cheguei em Curitiba lavado até a alma.


Chuva das boas.


Eu não sei porque falo tanto disso, adoro dirigir na chuva. É desafiador, e porque não dizer, bonito. Para quem gosta é claro. A maioria se pela de medo. Medo dá, não vou mentir. Mas que é bom é...


Bem! Saindo de Curitiba, peguei chuva até perto de Floripa, e cheguei lá com uma pane na ignição com oxidação na partida. Por conta de quem...? Da chuva!


Tive a oportunidade de passar a tarde na Lagoa da Conceição (beleza), e no retorno para a pousada voltei de braços dados com ela. Não não, não! Não era uma catarinense, era a chuva mesmo, que não parou até o dia seguinte (dormiu comigo) quando cheguei à Tubarão. A partir dali nova manerada, até chegar em Porto Alegre/RS. Ela já não podia mais viver sem mim, nem eu sem ela.


Naquela noite - eu estava programado para ir para Pelotas no segundo dia seguinte - a dita arrasou Pelotas e municípios visinhos, isolando a cidade.


Bem. Alterei o roteiro e me preparei para ir a Bonito/MS, arrumei a bagagem, vi a previsão do tempo, e exatamente no roteiro pela via oeste do estado, incluindo SC e PR, seria céu de brigadeiro, desde que não seguisse ao norte pois a faixa de chuva era próxima...


Adivinha...?Isso mesmo, um erro na indicação que era só seguir em frente num trevo me conduziu a ela, a apaixonada chuva!


Fui em direção à Chapecó/PR e no caminho ela fêz aquela recepção prá ninguém botar defeito. Choveu amorosamente com direito a ventos fortes, trovões e relâmpagos (acho que é o inverso), e risco de raios, numa estrada sinuosa e desconhecida, sem acostamento. Tive que parar, para admirá-la. Não deu para continuar. Quando finalmente houve um armistício, segui em frente até Vitorino, onde pernoitei.


Dia de verão e céu de brigadeiro, seguia eu até que a 20 minutos de Dourados/MS, onde pernoitei, e mais uma vez fui recepcionada por ela. Daí para a frente já virou malandragem! Excetuando Bonito, que cheguei ainda pela manhã, à tarde a bela deu o ar de sua graça mais uma vez, e com raiva. As saídas seguintes sempre a céu limpo e recepção daquelas.


Quer ver? Não é mentira minha, mas a chuva que eu encontrei quando do retorno (passando por Dourados para abastecer) seguindo em direção à Nova Andradina para pernoitar próximo de Três Lagoas foi exemplar. Aquela eu acredito que até Nóe teria corrido para reconstruir a Arca.


O que foi aquilo?


Chuva fortíssima, rajadas de vento laterais da direita para a esquerda. Pensei que fosse sair da pista e a tarde virou noite. O vento era tão forte que estava arrancando as folhagens e galhos das árvores que margeavam a pista e jogando no asfalto. Tinha que estar desviando o tempo todo. O spray dos veículos pesados saíam ao lado esquerdo impedindo a visão da contra-mão, e assim era muito arriscada a ultrapassagem. Fui de leve, até chegar à noite(?) em Nova Andradina.


Saída apenas nublado e depois céu limpo nas Minas Gerais. Acreditem... a 20 minutos de Campina Verde, anoitecendo, ela não me perdoou. Pimba! E cheguei um pato molhado.


Dia seguinte e último da viagem até aqui em Pirapora/MG, nas margens do São Francisco. Do mesmíssimo jeito. Recepção acalorada. Estava quente mesmo quando cheguei em Pirapora.


Será uma "atração fatal" ?


Não deu para tirar fotos na chuva, principalmente do litoral sul do RJ até o norte de SP, que é dos mais lindos e exuberantes.


Ficam as fotos das mãos enrrugadas após três horas e meia de chuva na primeira leva, quando cheguei à Angra. Parecia a mão de um senhor de uns 200 anos...Murcha e rôxa.
Para finalizar, chove desde à noite até agora, dia 14 às 09:30 da manhã enquanto escrevo estas linhas. É amor demais...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


Bonito/MS, 10 de Fevereiro de 2009.

Bom dia a todos.

Inicio estes comentários de viagem com um resumo simples do roteiro desta jornada até o dia de hoje.
Arcoverde/PE - Estância/SE - 19/01 (561 km)
Estância/SE - Eunápolis/BA - 20/01 (791 km)
Eunápolis/BA - Rio Novo do Sul/ES - 21/01 (649 km)
Rio Novo do Sul/ES - Angra dos Reis/RJ - 22 e 23/01 (566 km)
Angra dos Reis/RJ - Curitiba/PR - 24 e 25/01 (838 km)
Curitiba/PR - Florianópolis/SC - 27/01 (362 km)
Florianópolis/SC - Porto Alegre/RS - 28/01 a 02/02 (276 km)
Porto Alegre/RS - Vitorino/PR - 03/02 (605 km)
Vitorino/PR - Dourados/MS - 04 a 08/02 (750 km)
Dourados/MS - Bonito/MS - 09/02 até hoje. (313 km)

Foram rodados 7.032 km, inclusive passeio à serra gaúcha e Fenavinho (Bento Gonçalves), e ida a Ponta Porã/MS e Pedro Juan Caballero/Paraguay. O retorno exigirá algo em torno de 5.000 km, e cerca de 8 a 10 dias.

Tenho feito um diário da viagem, que proximamente estarei publicando. Haverá uma seção de fotos, filmes (poucos), e detalhes da viagem. Tem me faltado tempo, mas agora vai. Aos trancos e barrancos, mas vai.

Um abraço a todos

Rinaldo Alencar