segunda-feira, 7 de dezembro de 2009






19/01/2009 – Segunda-feira - Início da Aventura - Arcoverde/PE até Estância/SE

Saída às 10:30h, chegada às 17:30h, rodados 561 km (quando deveriam ser apenas 447 km, devido a um erro de rota). Detalhe: toda referência de hora tem por base o horário de Recife/PE, fora do horário de verão. E assim será por todo o roteiro, senão o pernambucano (carioca radicado em PE, filho de autêntico PAA(*)) vai ficar maluco com as mudanças de hora em cada lugar. Em Palmeira dos Índios/AL, parei para ver meu amigo João Batista (João da Bomba). Tiramos fotos, juntamente com seu filho Luiz. Na saída de Arapiraca tomei a via errada (o correto seria à direita) e fui em frente, pois as placas não foram colocadas em local visível de quem saía da cidade. Resultado, fui em direção à BR 101, só que próximo à Maceió e não à Propriá/SE. Resultado: me custou 114 km. Nesta rota vi dois distritos com nomes interessantes, um seguido ao outro: PÉ LEVE e PAPA FARINHA. Será que foi concurso? Nesta viagem utilizei um par de espaldeiras para correção da postura dos ombros e uma cinta de motoqueiro (de trilha), que funcionaram muito bem já na estréia. Cheguei inteiro, sem dores na cervical ou na lombar. A cidade de Estância tem mais de 150 anos e possui belo casario, bem conservada e limpa. Foi uma grata surpresa. O município também conta com belas praias e um estuário de rio com um grande mangue. Ao lado da pousada, na BR, tinha um barzinho com a seguinte placa de cardápio “temos pirão de guaiamum”. Bem, era uma segunda-feira e o dito estava fechado. Jurei na volta passar por lá e traçar o pernudo azul e sem pelos. No centro contei pelo menos umas 7 bancas de acarajé (eita tentação, adoro!) mas estava de recesso, só na água, e tomei 2 cocos verdes. As condições da estrada eram boas. Sem queixas. O tempo estava bom, e enquanto estava na serra, passando de Garanhuns até Bom Conselho/PE a temperatura era amena. Agora, na descida da serra entrando no sertão alagoano foi aquele bafo quente no fim da descida. Não foi possível anotar a temperatura, mas em Estância estava entre os 30°C quando cheguei no fim da tarde e 28°C pela manhã. O consumo da moto foi elevado por causa do atraso da saída e o erro do roteiro, pois tive que apertar o punho, com a média de 22,95 km/l. Detalhe do equipamento: moto YAMAHA YS 250 FAZER 2005/2006, adquirida em 08/02/2006, e desmontada para pintura de todas as partes prata em preto original, retirados todos adesivos de identificação, ficando uma pantera absolutamente negra, que a fábrica colocaria no mercado posteriormente como série especial, com detalhes em preto fosco (pra não ficar igual a minha, eh eh eh...!). Quilometragem na saída marcada pelo odômetro era de 46.654 km bem rodados.
(*)PAA= Pau-de-arara alagoano.

20/01/2009 – Terça-feira - Estância/SE até Eunápolis/BA

Saída às 08:00h, chegada às 18:00h, rodados 791 km, acumulados 1.352 km. Fiz a checagem de corrente, pneus, óleo e lâmpadas, e tive que trocar o stop. Durante a noite havia sentido dores nas pernas. Providenciei uns alongamentos antes de sair. Pelo segundo dia consecutivo só tomei água (para desintoxicação) e não comi nada. É incrível, mas a estrada não dá fome. Cuidado com a anorexia...!! Parada só para abastecer, e água. A BR 101 é muito sinuosa, principalmente na Bahia, e, do sul de Sergipe até o norte da Bahia só se vê plantação de laranjas. Depois se torna mais sinuosa, com mata atlântica, rios e riachos, lembrando a mata norte de Alagoas. Ao contrário que possa parecer é uma delícia de dirigir, porém tem que se ter cuidado redobrado e dominar o cansaço, pois as curvas exigem muito do piloto. Torna-se perigoso, no entanto, pelas partes sem acostamento, pois o que tem não é digno do nome, ou simplesmente foi tomado pela mata. De repente você sai de uma curva e dá de cara com o fim de um lento comboio de carretas. O tráfego lá é assim, livre por um período e depois um lote de veículos liderado por algumas carretas lentas, que a sinuosidade da pista dificulta nas ultrapassagens. Em Governador Mangabeira passei em frente a uma grande represa: a da Pedra do Cavalo. Pista muito perigosa e com muita ventania, porém a vista é imponente. O desnível da pista é acentuado e o retorno também, passando em frente ao paredão. É impressionante! Não parei para fotografar. Junte a isso os veículos em alta velocidade... Uma doideira! Meu planejamento tinha sido para andar em torno dos 100 km/h, saída às 07:00h e chegada pelas 16:00h, normalmente, rodando em torno de 600 km por dia útil, em média, com um total de 3.000 km por semana. Pois bem, tinha acumulado 3 horas de atraso no primeiro dia, mais uma hora hoje e mais 100 km por erro de roteiro calculado no mapa e mais 114 km do primeiro dia. Ufa! Tinha que tirar neste, pelo menos boa parte dele. Foi o que aconteceu. Dirigi por mais de 9 horas, com apenas 3 paradas de abastecimento, sendo uma com um descanso de 15 minutos. Cheguei morto na cidade de Eunápolis/BA. Fiquei no hotel Santa Fé, no centro, quarto simples e sem banheiro (ao lado, no corredor) com TV e ventilador. Que ótimo!! No 3° andar com escadas...! E lá fui eu com os malotes e aquela roupa pesada e botas. Pense na coragem...! E daí, tomei um banho e fui dar uma volta a pé, sacar $ e ver o centro. Faço isso em todo lugar novo e em qualquer circunstância, no que depender de mim. Gosto de andar e conhecer os lugares. Achei a cidade arrumadinha, com um bom comércio, choperia, acarajé, churrasquinho...! Ô tentação! Mas me segurei, pois seriam pela minha programação 2 dias só na água. E assim foi. Perdi 4 kg desde a saída de Arcoverde. As estradas no geral estavam boas e alguns trechos, apenas regular. Na região de mata não há acostamento nem placas (inculta e bela). Tráfego pesado de vez em quando e uns 5 loucos fazendo de tudo para morrer e levar outros juntos. Pode?! Quase que paro quando vi o pessoal vendendo cordas de pitu na estrada (um camarão gigante dos riachos da mata atlântica). E haja tentação! A média de consumo foi em torno dos 23 km/l neste roteiro.


21/01/2009 – Quarta-feira - Eunápolis/BA até Rio Novo do Sul/ES

Saída às 07:10 h, chegada às 16:15 h, rodados 649 km, acumulados 2.001,50 km. A média de rodagem nestes 3 dias ficou em 667 km, média de consumo deste roteiro foi de 24,20 km/l no primeiro abastecimento em São Mateus/ES(?), e de 26,77 km/l até a chegada. Até chegar em Vitória a estrada estava plana e reta, onde cheguei às 14:30. Em seguida a estrada volta ao circuito sinuoso de serras. Muito bonito e ficou perigoso com a chuva e o tráfego pesado que peguei no final da tarde. Passando por Rio Novo, parei para apreciar a singularidade da pequena cidade. Parecia de brinquedo. Fiquei numa pousada ao lado do posto, na BR. Dali, desci para o centro mas não pude tirar fotos, pois chovia muito e o sol já se punha. No dia seguinte, às 5:30 h, saí para tirar fotos, antes de tomar o café da manhã. Notei que a plantação de florestas industriais (eucaliptos) vinha do sul de Sergipe até aqui. Muito da mata nativa foi substituída. O transito de caminhões de toras é muito grande, e tem que se ter cuidado, principalmente na hora das ultrapassagens, pois estes são muito longos. Quem manda no pedaço são a Aracruz e a Suzano. São cerca de 1000 km de florestas de um pau só, e a mata atlântica e sua diversidade de flora e fauna já eram! A estrada iniciou regular na Bahia e melhorou no ES. Até uns 100 km depois de Vitória estava bem quente, particularmente em Vitória, bastante quente e úmida, abafada. Depois de uma chuva pesada, ficou mais ameno. Porém à noite, mesmo com chuva, fez 28,6°C . Rio Novo fica a mais ou menos 30 km da entrada de Cachoeiro do Itapemirim/ES. No caminho da serra (saindo de Vitória) vi diversos anúncios de atrações turísticas como o Museu do Trem, o Museu de Biologia, cachoeiras e fazendas de agro-turismo. Infelizmente não pude parar para ver. E pé (mão) na estrada.


Obs: A primeira foto é da saída de Arcoverde/PE com a equipe da revenda Yamaha, e a segunda é do portal de entrada de Rio Novo. Basta clicar nas fotos para a ampliação.

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